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Doença Celíaca x Infertilidade: por que redobrar os cuidados?



A infertilidade é uma condição clínica caracterizada pela incapacidade de engravidar, que pode ser provocada por elementos tanto femininos quanto masculinos. A etiologia é multifatorial e envolve aspectos hormonais, ambientais e genéticos. Com o aumento da taxa de infertilidade, estudos mostram que o estilo de vida e a alimentação estão diretamente relacionados, já que exercem papéis importantes na regulação do organismo. A condição celíaca, quando não tratada adequadamente com a mudança no estilo de vida e com a dieta, pode levar a outros distúrbios, sendo a infertilidade um dos que mais afetam psicologicamente as pessoas que convivem com a doença. Os mecanismos não são totalmente esclarecidos pela ciência, mas a infertilidade é significativamente alta e normalmente reversível com o controle rígido da alimentação. Um estudo feito por Bykova et al., em 2011, avaliou um grupo de 132 mulheres com doença celíaca, mostrando resultados relacionados ao ciclo menstrual das participantes. A menarca foi mais tardia e 61,3% das mulheres tinham irregularidade menstrual. Outros estudos demonstram que a prevalência de doença celíaca em mulheres com infertilidade inexplicada é relativamente maior quando comparadas com a população em geral, atingindo até 8% daquele público. Em outros casos, quando a gravidez acontece, dados mostram que, em mulheres com doença celíaca não tratada, uma taxa de aborto espontâneo é maior, associadamente ao baixo peso do bebê ao nascer. Sabe-se que a condição celíaca pode provocar má absorção de nutrientes importantes para o sistema reprodutor, como ferro, ácido fólico, vitaminas do complexo B e lipossolúveis, deficiências também responsáveis pelas más-formações congênitas. Além disso, pesquisas mostram a ligação entre a doença celíaca, dor menstrual crônica e endometriose, ressaltando a conexão com a infertilidade. O controle da dieta isenta de glúten, principalmente em relação à contaminação cruzada da proteína, é essencial para prevenir esse quadro. Recentemente, um estudo feito por Lee, Min e Min (2020) relata que níveis elevados de chumbo e cádmio no sangue são potenciais toxinas reprodutivas femininas. Esses metais pesados estão comumente presentes nos agrotóxicos de alimentos e são associados a distúrbios do ciclo menstrual, baixo peso gestacional, parto prematuro e abortos precoces. Portanto, uma alimentação orgânica também é recomendada para auxiliar na fertilidade da mulher celíaca. Cuide-se, com carinho, e mantenha a atenção redobrada para sua alimentação sem glúten!

Referências

LEE, S.; MIN, J.; MIN, K. Female Infertility Associated with Blood Lead and Cadmium Levels. International Journal of Environmental Research And Public Health, Korea, v. 17, n. 5, p.1794-1804, 10 mar. 2020.

MADDIREVULA, S. et al. A genomics approach to females with infertility and recurrent pregnancy loss.Human Genetics, Saudi Arabia, p.1-9, 14 mar. 2020.

MALIVINDI, R. et al. Influence of all‐trans retinoic acid on sperm metabolism and oxidative stress: Its involvement in the physiopathology of varicocele‐associated male infertility. Journal of Cellular Physiology, Italy, v. 233, n. 12, p.9526-9537, 26 jun. 2018.

PIAZZA, M. et al. Doença celíaca e infertilidade. FEMINA, v. 39, n. 11, Nov. 2011.

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